domingo, 28 de dezembro de 2008
Aos amigos...
quero deixar claro claríssimo tão eletrizado quanto possível for, dentro dessa matrix que criamos a nossa volta, que em 2009 eu vou procurar inspirar felicidade, crescimento, desejos de paz e honra, qualquer que sejam eles, A VOCÊ.
esta nossa amizade estava escrita e prescrita para não deteriorar com o passar dos anos. estou cada vez mais certa de que esse certo novo velho amor que nos une, nos envolve, que toma conta de cada de um de nós e dos nossos queridos, vem da mesma força - única - que antecede os tremores de terra, a rotação do planeta, a direção dos cometas, a beleza das fases da lua, a liberdade criativa e responsável dos animais...HÁ certeza na evolução das marés.
ESSE AMOR que vibra em mim, em você, em cada ser vivo e livre deste mundo, já nasceu respirando liberdade. e LIBERDADE é essa coisa incrível que sentimos e nem sempre dá para explicar. nunca estará aprisionada apenas ao sentido configurado que lhes dão, como se estivesse mesmo restrita ao tão falado poder de ir e vir, muitas vezes LIBERDADE há de significar FICAR PARA ESTAR JUNTO. não importa aonde, mas com QUEM.
Obrigada a cada um, que de um jeito e de outro, todo seu, energizou essa página de blog, e me armou para vencer os dias estranhos, do meu jeito, aprendendo a fazer.
para você, dedico uma boa gargalhada, a minha gratidão, ensolarando as últimas boas horas de 2008.
Cheers!
Val
domingo, 30 de novembro de 2008
Declaração de números mil
Da novidade que só chuva traz...
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
O Interior da Casa Azul [Frida]
muito cedo percebeu que não lhe faltariam promessas nem desgraças. amores escusos, rompantes estranhos, faziam parte do seu atestado pessoal para lidar com a cegueira dos outros. fingir que o que via não existia. sua amadora existência gostava de olhar para o fundo das pessoas. quão rasas se tornavam se ao mexer forte, o fundo libertasse o que lhes restava de alma. sua saudável loucura, têmpera levada, deveu-se ao fato de alegarem seu nascimento.
então nasceu.
alheia sem saber a quem se pertencia. talvez isto explique sua alternada visão sobre tempo. revestida, pintou mais de um olhar seu muito preto. apreciava pés, mãos, pássaros e pincéis. estimulava sempre, que se demorasse mais o olhar sobre seu lado opaco. talvez porque todo aquele que é de destino brilhar, que bom uso fará? nunca puniu suas manias: amou todas as quinquilharias desse vasto velho osso mundo.
sempre houve um algo mais que lhe traía. quando a desejavam muito, fingia e compreendia assim: nada é tão mais absurdamente poderoso e apaixonante quanto a imaginação dos outros.
assim ela conseguia ser apenas o que só ela entendia e tudo o que ninguém mais quereria.
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Volta aqui, Mariaaaaaaaaaaaaaaaaaa! [Nunca, Nunca Mais]
a pouca roupa o torto corpo abrigando azêdo aquela sua alma franzida aos pedaços no meio do caminho tanta pedra e um sol assando cada sonho vencido pela nuvem desbotada de um canto de olho que nem castanho era mais tão aquecido pelo tom que o vermelho com muito choro afoga entre as pernas exaustas de tanto dar sem vontade pelas pradarias e pelos cantos largados da casa velha sem telhado firme que aguente o amor jogado sem jeito aos trancos entojado de si mesmo fitando o que lhe assombrava na vida com seu melhor olho estreito dando de rir soltando fumaça pelo resto do caminho ela ia que ia se embora partida descalça e livre
terça-feira, 9 de setembro de 2008
Maria da Lua Cismada
Que defende teses e mais teses sobre sexo, amor, ódio, paixão e outras parafernálias. Anda pela Ilha numa saia de chita ostentando um sorriso muito branco. Diz que o melhor do dia é caçar um meio de caminho. Tem sete pontes pelo coração. Todas com nome.
Maria é mesmo da lua cismada. Tem uma têmpera machadiana que não entende nada sobre olhar incolor. Foi batizada com um redemoinho bem no alto da cabeça e ama do mesmo tamanho o tudo e o nada.
Gosta de contar que o centro da sua cabeça é um enigma, coisa assim, sem explicação. Que o mandou benzer, lua e meia, sete noites, pra quando o passado a invocar, ela poder colidir sem medo das núpcias.
Ê Maria!
do you know where's your love, all mighty ?
Circulou pelo apartamento com as chaves nas mãos. Olhou os detalhes do quadro de um pintor desconhecido que detestara. Sentou-se no chão e rastreou... Até perceber solidão ao pé da mesinha onde os livros preferidos dele sempre ficavam largados. Caminhou até lá e deixou as chaves sobre o primeiro livro. Memoria de mis putas tristes.
Um dia de horóscopo para Madalena
Não sei se me faço entender, Madalena. Não quero que você me explique nada. Mas solta esse cabelo e escova mais os dentes. Mostra o sorriso barroco. Seja ancestral, Madalena! Faça conta, que o que realmente conta, são nossas tranças que não param de crescer. Lembra daquele menino bonito de olhos tão cegos? Tropeçou numa jabuticaba e foi ficando roxo pra vida. Sem enfeite algum. Assustado. Madalena, ninguém tem culpa de você não ser apenas assim.
Caçada.
Uma calça
Uma camisa
E uns fios
Desse meu cabelo
Suicida
Entre os lençóis.
Vivo.
A Anistia do Adeus.
Há o meu olhar
Oferecendo asilo ao teu
Torto, desavisado e casmurro.
Espalhado sobre a mesa,
Como pão.
It could be Chagall
Tenho um canto contra luz
Um clarim na noite
Um céu que também arde
E essa lua tímida.
quarta-feira, 23 de abril de 2008
Vintage
sexta-feira, 14 de março de 2008
Para o Rosa.
“empine sua sina, até que o olhar ganhe soltura e fuja alto. libere o alazão e cumpra assim, a viagem...” [Val Freitas]
o cotidiano não me entristece, não. o que me aperreia é a rotina aprisionada nas horas, a repetição entre os homens, mesmice de todas as coisas. sofro dessa pasmaceira absoluta, é um caso muito meu de cansaço, que sem cura, prescreve.
já tentei ver melhor o mundo. espiei por janelas, espiei por vigias. e olhe, o mundo pode mesmo parecer estreito, mas que há fronteiras, há. e há mais de um destino também. e outro gosto, que é esse de ir além de onde se está. de ir buscar o coração onde ele nunca esteve antes, compreende? depois, é seguir viagem. mantendo o olhar espalhado, sabe como?
não acho que uma alma tendendo às escuras, seja cega, não. falte a ela talvez, o barulho de sapatos com alguma direção nos pés. eu sempre guardo um e outro pecado que é pra o caso de o céu não existir. e reinvento os meus afetos. os braços da poltrona preferida, a janela se confessando pra rua enquanto não olho. sou sujeito de poucos murmúrios, de fala miúda e um certo olhar avarandado. me perdoe quando acho graça bem no meio da frase, mas tenho mesmo esse riso branco e um lírio muito pálido, que ora por mim todo santo do dia, querendo que meu olhar confesse que eu mesmo, sozinho, não me absolvo nunca.
eu já vi de perto o medo, sim. e ele estava sempre acompanhado de gente. agora, por essa altura da idade, olhando assim, bem esticado, posso alcançar pra muito mais longe e creio sim, que o céu é o que existe, mas não na nossa coloração, não. e eu quase compreendo, meio tardemente - é fato, que quase tudo que é mistério envolve o amor. e tudo disso, me comove.